Sair de Austin sem assistir nenhuma apresentação musical me deixou uma sensação de vazio que recuperei quando cheguei em New Orleans, em Lousiana. Que cidade viva! Em plena segunda-feira pela noite a cidade fervia. Em quase todos restaurantes no “french quarter” se podia ouvir ao vivo o jazz que vinha dos saxofones, contra-baixos e pianos. Muitos deles não cobram cover, e os preços das comidas crioulas eram bem razoáveis. Acabei jantando feijão, arroz e frango, bem à moda latina, mas com uma dose de pimenta acima do que eu tolero. Mas como eu estava faminto acabei comendo metade da generosa porção com boas doses de água e um ponche de rum. Valeu muito à pena pela música que nos prendeu naquele restaurante por quase duas horas. Quando saímos pensamos que a cidade estaria morta (segunda-feira, quase 10 horas da noite), mas uma caminhada na Rue Bourbon me deixou surpreso. Não sei se era devido a um jogo de futebol americano que acontecia na cidade aquela hora, mas as ruas estavam ainda cheias de vida. Artistas cantavam, dançavam. Amigos bebiam e curtiam o movimento da noite das varandas das típicas casas de dois andares onde foliões energizam as ruas no famoso carnaval de New Orleans: Mardi Grass. Clubes de Strip-tease em cada esquina e todos os tipos de bares. A influência africana, francesa e espanhola e a cultura que encontramos com frequência nos países latinos estavam em todos os cantos: Na comida, nas construções cheias de cores, na cor negra da população, nas ruas antigas, desnivelas e cheio do verde das frondosas árvores. Durante todo o tempo eu via alguma coisa e me imaginava em cidades como Havana e Rio de Janeiro. A única coisa que não combinava com aquela cidade naqueles dois dias, era o frio. Desde que partimos de Phoenix estivemos pegando uma carona nas “costas” de uma frente fria. Ela passa na frente faz sua tempestade e deixa sua bonança pra trás, com lindos céus azuis e talvez ventos favorecendo nosso rumo de voo, mas também as baixas temperaturas.
No voo de Austin à New Orleans descobrimos que no nivel de voo de 11 mil e 500 pés, bem acima do que estamos acostumados e precisávamos, podíamos ganhar um bom empurrão dos ventos. A assim subi para aquele nível de voo onde fomos constantemente avisados da presença dos gigantes de linha aérea que se aproximavam e decolavam do aeroporto internacional de Houston. Por horas vi o cessninha voando a 170 nós (315km/h) quando numa situação sem vento ele cruzaria normalmente a 100 nós (185km/hr). Nesse voo turbinado chegamos na Louisiana bem mais rápido que o planejado mas ainda assim, quando chegamos já era noite.
Mais um por de sol surpreendente no golfo do México me alimentaria com a serenidade que eu precisaria para pousar com segurança no aeroporto onde os ventos estavam rajando a 33 nós! Uma pequena amostra (bem pequena) do que o vento é capaz principalmente na cidade que alguns anos atrás foi devastada pelo furacão Katrina. Ainda que o vento estivesse alinhado com a pista, não foi um pouso fácil, porque o vento era inconstante e as rajadas faziam o cesninha parecer uma pluma. Mas minha mão direita estava firme no acelerador pronto para uma arremetida e acompanhando o vai e vem da força do vento. O toque com o chão foi um “pouco mais selvagem” do que eu estou acostumado, mas foi tudo dentro dos limites da nossa segurança (e conforto). No dia seguinte, quando pousei em Pensacola, na Flórida, com rajadas a 18 nós, confesso que pensei que seria fichinha. E foi! Mas eu tento lembrar que são nessas situações onde o excesso de confiança pode aparecer como um inimigo, e me forço a lembrar que sou apenas um piloto privado, de fraldas.
Felipe! E não é que eu não tinha pensado nisso! É só uma pena que boa parte dessa “cultura” permance para os olhos dos turistas apenas…
Valeu mãe!!!
Bom saber que as notícias são bem vindas Veve.
Pois, é Cláudio! Eu tento tomar cuidado com a famosa lei de Murphy!
Lá é divertido e alegre que nem a américa latina e organizado que nem os EUA? eu sempre quis achar uma cidade assim hahaha =P
Felipe
Sua colocação é rica em detalhes, isto torna cada vez mais interessante compartilhar esta sua grande jornada. Acho que vai virá também um grande escritor. Deus te guie sempre.
Noticias boas são sempre bem-vindas!!! Gust, é sempre mt bom ver sua alegria por passar essas experiencias maravilhosas, atraves das palavras q vc expressa! Deus continue te guardando! E mande sempre mais e mais noticias!!! Saudades! Bjs
Oi Gustavo,
o excesso de confiança é uma coisa que temos que combater todos os dias. Falo muito isto para a minha equipe, principalmente para os mais experientes. Uma coisa é certa: a lei de Murphy.
Por isto, segurança sempre.
abraços e bons voos.
Cláudio Ferreira