Eventos aeronáuticos como esse atraem sempre dois tipos de pessoas: Os aficionados pela aviação e os curiosos de plantão. Confesso que às vezes tenho a intenção de fazer parte desse primeiro grupo, mas ainda que eu seja um piloto, estou mais para esse grupo de pessoas que olha pra cima e fica de boca aberta como se voar fosse algo mágico. Já cheguei a comprar alguns livros que me ajudassem a identificar aviões e me permitissem fazer comentários aeronáuticos “intelectuais”, mas o máximo que fiz foi folheá-los duas ou três vezes (no banheiro). Ainda assim, fui pra Oshkosh com uma missão pessoal: Saber um pouco mais dos aviões da Segunda Guerra Mundial. Ver todos aqueles aviões (uns 400!) fora das páginas de um livro ou revista, ao vivo e a cores era a chance única de saber um pouco mais sobre eles. Mas não passei de um expectador obcecado quando dezenas deles se exibiam nos céus de Wisconsin ao mesmo tempo. Deu pra confundir as emoções olhando pra cima e ver que aquelas máquinas, uma arte da engenharia trouxe tanto sofrimento pra tanta gente. Talvez minha repulsa por guerra possa ser uma bela desculpa para eu não me sentir tão ignorante quando uma criança de 10 anos ao meu lado ia falando com toda a euforia do mundo os nomes e sobrenomes dos aviões que passavam a rasante a poucos metros da gente.
Uma rápida “googlada” me indica que vi de tudo: Harriers (que decolam da vertical), F-14 (do filme Top Gun que ainda não assisti), o maior dirigível do mundo, o helicóptero acrobático da redbull, F-15, F-16, B-17, B-29, T-6, P-51, 787, DC-3, A6M5, e tantos outros letras-números. Fora as atrações “carne-osso” que apareceram por lá como Bob Hoover, Dick Rutan e Harrison Ford.
Mas para alegria dos mais leigos, não precisava saber tantos nomes pra curtir, vibrar, se arrepiar, ficar em êxtase com aquele show que explora bem as três dimensões. Uma das atrações que mais me surpreendeu foi, digamos, a mais “simples”. Um planador com uma turbina, (sim, turbina!) dançava no céu com toda elegância, ao som de uma música bem relaxante, com a obrigatória fumaça saindo das pontas das asas. Nas atrações noturnas o mesmo planador surpreendeu com os fogos de artifício jorrando das asas no lugar da fumaça. E lá estava eu, um não-aficionado, babando e admirando aquela arte, com uma “pontinha”de inveja do artista. Mas quem era o artista? O engenheiro ou o piloto? Minha admiração por essas duas profissões me fariam divagar nessa resposta para bem além do escopo desse post. Mas o lugar onde eu queria estar mesmo, seria claro, ali no cockpit, nos comandos daquele avião. Sou apaixonado por voar. Sim, um aficionado, mas olhe bem, pelo verbo, não pelo substantivo, avião. Por isso decidi ser piloto. Para ter a oportunidade de olhar o mundo por um novo ângulo, me sentir como (licença o clichê:) um pássaro. Voar alimenta essa pretensão humana de ir além dos limites, e também a ilusão de que podemos ser superiores aos outros. Repito, ilusão. Lá de cima, mais cedo ou mais tarde, aprendemos que somos todos uma poeirinha à mercê da natureza e que todas nossas mais fortes convicções podem se desfazer quando mudamos perspectivas. Ainda assim, existe algo especial dentro de cada poeirinha que não podemos dimensionar com as ferramentas que temos nesse mundo físico, e que dentre outras capacidades incríveis, nos permite sonhar. Copiando o slogan de alguma companhia aeronáutica que vi em Oshkosh: Dare to dream (ouse a sonhar).
SEMPRE QUE ABRO SEU BLOG ME DEPARO COM SEU GEITO SIMPLES DE VER A VIDA.NÃO VEJO A HORA DE VE-LO PESSOALMENTE.FICO IMAGINANDO SUA TRGETÓRIA DE VOLTA DO ALASKA AO BRASIL. DEUS TOMA CONTA.!!!!!!
BJOSS
GUST
TENHO CERTEZA QUE ALIADO A SUA PROFISSÃO DE PILOTO TAMBÉM SE DESTACARÁ COMO UM GRANDE CONTADOR DE HISTÓRIAS VIVIDAS E VERÍDICAS,POIS A NATURALIDADE E INTELIGÊNCIA COM QUE EXPÕE SUAS EXPERIÊNCIAS NOS FAZ GRATIFICANTEMENTE VIAJAR COM VOCÊ, ISTO PUXOU BEM AO SEU PAI,SABER ECREVER. PARABÉNS MIL VEZES PELA CONSTANTE BUSCA DE UM FUTURO, QUE COM CERTEZA JÁ É PROMISSOR.TENHO AQUELE ORGULHO DE VOCê.TE AMO!!
YOUR MOTHER
GUSTAVO:
ATÉ MEU CORAÇÃO BATEU FORTE DE EMOÇÃO COM A LEITURA DAS NOVAS CONQUISTAS. JÁ FALEI ALGUMAS VEZES, MAS REPITO: VOCÊ ESCREVE MUITO BEM.
VÁ EM FRENTE, RAPAZ!