Na nossa sociedade capitalista para tudo existe um preço. Quer queira ou não, por mais que alguma coisa não tenha a etiqueta com o preço fixado, a gente sabe que ela tem um custo. Essa coisa pode ser comida, roupas, brinquedos, suas férias… sua liberdade. Seu trabalho.
Uma das maiores vantagens de viajar é poder ter tempo para refletir sobre questões importantes da vida sem a pressão da rotina do dia a dia. Com esse tempo extra em um ambiente novo, você pode acabar enxergando a própria vida de uma nova perspectiva. Não quer dizer que você vai achar a fórmula da felicidade ou o caminho para uma vida plena, mas quanto mais tempo na estrada, mais você será capaz de confrontar suas próprias convicções e talvez descobrir que aquilo que você sempre acreditou talvez não seja tão verdade assim.
Essas considerações podem ser um tanto desconfortáveis as vezes, mas elas podem ser capazes de fazer uma melhor versão de nós mesmos.
Colin Wright é um jovem escritor, que assim como eu, vive viajando por alguns anos já. Em seu novo livro Considerations (considerações em português), que será lançado somente em Novembro (em inglês), mas que eu estou tendo a chance de ajudá-lo em sua revisão, ele expõe uma coleção de perspectivas e perguntas que te forçam a refletir sobre suas crenças e como elas te ajudam a guiar suas ações e a forma como você vive a sua vida.
No capítulo “Custo” ele te desafia a quantificar o custo de fazer coisas que você normalmente não faria. Por exemplo, por quanto você comeria um rato morto e podre? Por quanto você pularia de paraquedas de um arranha-céu? Por quanto você se prostituiria ou faria um tatuagem no rosto ou lutaria com uma onça? E na mesma linha ele continua: Por quanto você sentaria em um escritório fazendo um trabalho que você não tenha orgulho por 8 horas por dia, 5 dias por semana?
Querendo ou não, foi fazendo essa pergunta que eu percebi que eu não estaria sendo autêntico comigo mesmo se me tornasse um engenheiro e estivesse passando boa parte da minha vida dentro de um escritório. O preço que eu estipulei para fazer isso era alto demais e nenhuma Embraer ou Boeing da vida seria capaz de pagar o meu preço. Não que o meu custo seja alto demais, não me entenda mal, mas eu escolhi por exemplo ser pago bem menos para fazer as vezes serviços mais simples como pintar casas ou cuidar do jardim dos outros para poder garantir minha liberdade e poder viajar para onde eu quiser, quando quiser.
Sei que é mais fácil para mim ou para o Colin, jovens, solteiros fazer esse tipo de pergunta e decidir viver de uma forma nada convencional. Mas longe de querer te vender a ideia de viver a vida viajando, ele apenas te leva a pensar que talvez você possa sim fazer alguma diferença para poder viver de uma forma mais sincera com seus sonhos. Talvez você perceba que receber menos para fazer uma coisa que goste mais te fará muito mais feliz. Talvez se você investir mais do seu tempo para se educar, você vai ter a oportunidade de fazer o que te traz mais satisfação e quem sabe ainda ganhar mais por isso. Receber para fazer uma coisa que você gosta é talvez uma das coisas mais gratificantes da vida, mas sei que nem todo mundo tem essa oportunidade, ou melhor, pensa que pode ter.
Essa é apenas uma das reflexões que o livro te leva a fazer. A maioria de nós nunca questiona a fundo a forma como pensamos, a religião que escolhemos, a profissão que seguimos, as roupas que vestimos, os códigos de moral que adotamos, o custo das coisas que pagamos, nossos hábitos, instintos, responsabilidade, valores. Ter a capacidade de “considerar” com cabeça aberta e com mais frequência é a melhor forma de nos mantermos flexíveis e em evolução. Afinal, para que pisamos na terra se não para aprendermos a ser seres melhores amanhã do que fomos ontem?
O novo livro do Colin será lançado no dia 1 de Novembro de 2014 e já está disponível para pré-compra, em inglês no amazon através desse link.
Colin Writght é um autor, empreendedor digital e um viajante profissional. Ele nasceu em 1985 e muda para um novo país a cada 4 meses; o país é votado pelos seus leitores em seu blog. Para mais informações: asymmetrical.co/colin
Uau, tenho quase 18 anos e a quase 2 todas as tardes sento em uma cadeira e vendo 4 horas da minha vida 4 vezes por semana, detesto estar aqui mas por varias razões (leia-se desculpas) ainda continuo aqui, porém uma vez por semana cumpro carga horaria teórica pois sou Menor Aprendiz e nesse dia sinto que ganho a semana toda por estar com amigos e “vender” minha tarde conversando bons assuntos durante a aula.
Desde os 15 tenho sonhado em VIAJAR E EXPLORAR O MUNDO mas achava que era loucura, percebi que tinha medo de ter “responsabilidades” e que queria fugir delas com esse sonho doido, talvez essa seja a maior desculpa na qual resolvi me firmar, quanto mais reflito mais percebo o quanto tenho me alicerçado em desculpas (que muitas vezes ouço de outras pessoas quando exponho o que realmente desejo) para não realizar meus sonhos. Quando criança me diziam “O que quer ser quando crescer ?” e eu respondia que não sabia, então me mandavam ter sonhos, quando os tive me disseram que eram absurdos e o pior é que acreditei. O que quero dizer aqui é que as vezes o medo daqueles a nossa volta se projeta com tamanha força que acabamos por absorve-lo.Obrigado Gusti pelos posts que me fazem refletir e me incentivam e Lucas pelo seu comentário que é realmente incrível e motivador.
Pedro, vc me parece estar no caminho certo, continue sonhando e principalmente questionando aquilo o que os outros acham que é certo pois será você! Tente ser encontrar, só vc vai encontrar as respostas, e viajar já é um bom caminho!
Acho isso um ótimo exemplo pra sociedade, pois mostra que há uma alternativa ao estilo de vida “mainstream” que nos é imposto desde pequenos e que a gente cresce acreditando ser a única forma de viver. Acredito que seja natural ao ser humano almejar uma condição de vida optimal, na qual somos livres. O problema, é que o medo do desconhecido também é instintivo, então a maioria das pessoas hesitam em se aventurar por medo de não conseguir ganhar o pão de cada dia, e também de perder o “conforto” e estabilidade oferecidos pelo status quo. Outro obstáculo é essa ideia de controle e ordem, vistos como uma necessidade, senão algo positivo, frutos da gestão de um sistema por autoridades, mas que impedem o homem de ser verdadeiramente livre. Acredito que a verdadeira liberdade só é desfrutada quando a gente se opõe a tudo que impõe controle sobre nós, quando paramos de lutar contra a (des)ordem natural das coisas, quando a a gente aceita não ter controle e simplesmente nos entregamos a x (vida, Deus, universo, o desconhecido…). Isso me faz lembrar duma citação que eu vi, de Osho: “My own observation is the stronger the person, the easier is the surrender. Only the strong man can surrender, because he trusts himself, he is confident of himself, he knows that he can let go. He is unafraid. He is ready to explore the unknown, he is ready to go into the uncharted. he is thrilled by the journey of the unknown. He wants to taste it, whatsoever the cost and whatsoever the risk. He wants to live in danger.” Se deixar abandonar, se entregar ao desconhecido, requer audácia e muita força… mas em compensação, a recompensa não tem preço! Ser pioneiro não é pra qualquer um, mas é necessário para que os mais frágeis e hesitantes de espirito possam seguir sem medo, sabendo que esse caminho leva a um modo de vida mais livre.
E com qual frequência paro pra pensar sobre isso? Nunca! Não paro pra pensar, eu penso muito melhor andando! Parar é só pra descansar a mente e dormir…
Abraços!
Lucas! eu li seu comentário e fiquei atônito, sério, tive que ler de novo e vou ler outras vezes para ir absorvendo aos poucos o que você está comunicando. É tão bacana poder ver o blog cumprindo um de seus objetivos, me aproximar de gente como você! Não deixe nunca de comentar, por favor! Se quiser abro espaço para seus guest posts! Posso publicar esse no facebook por exemplo? Abração!
Po, assim fico até sem graça! Hehe
Pode publicar no Facebook sim, sem problemas! : )