St. Pierre 2012 |
“Eu senti o vento soprar com muita força, o chão começou a tremer, e o céu de repente ficou escuro. Eu virei para entrar em casa, com grande difuculdade, subi os tres ou quatro degraus que me separavam do meu quarto, e senti meus braços e pernas queimando, e também o meu corpo. Eu me deitei numa mesa. Nesse momento quatro outros buscaram refúgio no meu quarto, chorando e agonizando de dor, mesmo que suas roupas não tivessem nenhum sinal de terem sido ecostados por chamas. No fim de uns 10 minutos, a jovem menina Delavaud caia morta no chão. Os outros deixaram o quarto. Me levantei e fui a um outro quarto, onde achei o pai Delavaud , ainda com roupas, deitado na cama, morto. Ele estava roxo e inchado, mas suas roupas estavam intactas. Louco e perplexo me enfiei na cama e inerte esperei pela morte. Meus sentidos voltaram aproximadamente uma hora depois quando eu percebi o telhado pegando fogo. Com o resto de força que me restava, e com as pernas sangrando e cobertas de quimaduras, eu corri para Fonds-Sait-Denis, seis quilômetros de St. Pierre.”
Vários vulcões e montanhas pareciam surgir do nada, no mar azul-turquesa caribenho, e a maioria com seus peculiares traços de habitação. Enquanto pilotava, com frequência eu ficava pensando como deve ser crescer e viver em cidades na base de vulcões. Eu sei que a possibilidade de um vulcão entrar em erupção e dos moradores não correrem a tempo deve ser bem baixa, mas ao conhecer a ilha francesa de Martinique eu fui lembrado do poder e da “fúria” da natureza e de como somos vulneráveis. O pior desatre vulcânico do século 20 aconteceu nessa ilha, na cidade de Mont Pierre. Saindo da capital Fort-de-France, em menos de uma hora de viagem de carro pelas sinuosas estradas de Martinique, chegamos na pitoresca cidade de Mont Pierre, banhada pelo mar caribenho e ao pé do vulcão Mount Pelée. As contruções antigas, casas feitas de madeira e/ou de pedras irregulares e algumas ruínas não pareciam mostrar o que aconteceu a pouco mais de 100 anos naquele lugar. Com o charme da época era considerada como a “Paris” do Caribe quando Mount Pelée entrou em erupção, destruiu completamente a cidade e matou seus quase 30 mil habitantes, com exceção de duas pessoas. Léon-Compere-Léandre, um jovem sapateiro foi um dos dois únicos sobreviventes. Sim apenas duas pessoas sobreviveram, e o primeiro parágrafo desse post é uma tradução apressada de seu relato.
Fora essa história trágica, Martinique tem muita beleza nas suas praias, florestas, plantações. No alto das colinas, com a visão privilegiada do Caribe, estradas passam por plantações de banana, cana de açúcar, matas verdes com diversidade grande de flora e fauna. Era curioso dirigir nas estradas com padrão europeu, muito bem sinalizadas e asfaltadas com placas em francês abrindo caminho em cenário tão tropical.
Algumas fotos:
Que impressionante heim??? Assim como são estas fotos.