Uma oportunidade surgiu, e pude colocar meus pés por poucos dias na África. Cheguei em Marrocos por Marrakesh, famosa pelo seu gigantesco mercado Djema El Fna. Glória Maria que já viajou para mais de 150 países já disse que se adentrar nesse mercado é uma das experiência mais exóticas que alguém pode ter. E foi pra mim! E como dizem os guias, é impossível não se perder por lá. Levei até bússola pra ter uma noção de direção, mas não adiantou. Como num passe de mágica já não tinha noção de onde eu estava e de onde eu tinha vindo.
Então, os sentidos afloram. O primeiro é a visão. Cores, de todas elas, coloriam tapetes, quadros, jóias, porcelanas, vasos, sandálias, roupas, burcas, temperos. As mercadorias enchiam tendas enormes, mas antes que eu pudesse empolgar demais com essa nova descoberta, tive que prestar atenção constante com meu outro sentido: a audição. Naquelas ruelas, cheias de gente, burros, mercadorias, de todos os lados sem nenhuma ordem surgiam motos, bicicletas, carruagens. E o barulho de suas buzinas e sinos eram constantes. Quando mal se desvia de uma moto, lá já vinha outra de outra direção. Uma zorra total!
Quatro vezes por dia, muitos param tudo, viram em direção à meca e começam a rezar. Seus mantras se fazem ouvir por toda a cidade pelos alto falantes das torres das várias mesquitas. É um som gozado, me lembrava o canto das cigarras. Mas escutar pode também ser uma experiência prazerosa. Com seus instrumentos raros, músicos faziam soar músicas riquíssimas. Na praça principal, serpentes, babuínos, e outros bichos formavam um grande circo.
E quando eu me distraía tomando uma foto, foi a vez de sentir na pele uma surpresa única: O tato. De repente senti aquela coisa escamosa se enroscando no meu pescoço. Era uma serpente que um domador colocara ali, na expectativa de conseguir algum trocado. Instintivamente segurei a cabeça da bicha enquanto eu tentava explicar que eu não tinha dinheiro .
Como outros países muçulmanos, mesmo com tanta pobreza, a chance de ser roubado é muito pequena, mas me impressionou a quantidade de gente pedindo dinheiro. Eles cobravam dinheiro pra tudo, e principalmente fotos. Sempre que eu ligava a câmera lá vinham atrás de mim, me cobrando pela foto. E eles são insistentes. Eu ficava repetindo: “lá –shacram, lá-shacram”, -não obrigado – em árabe, mas parecia não adiantar.
Marrakesh, assim como a gigante Fez e outros vilarejos que pude visitar são literalmente oásis. Nas ruas, palmeiras, laranjeiras e outras árvores davam cor aquela paisagem desértica. Do avião a paisagem dessas cidades se destacam na imensidão do deserto africano (norte do Saara).
Eu nunca fui de fazer turismo “gastronômico”, mas a comida marroquina deixou meu paladar surpreso! Os pratos principais são cuzcuz, tajine, sopa e pra beber, chá com menta, carne de todo tipo, menos de porco, já que a religião não permite, assim como bebidas alcoólicas. O tempero é forte e diferente sem ser apimentado. Mas é melhor não imaginar como essas comidas são preparadas, já que eles usam a mãos pra tudo! Talher é coisa de turista!
Teve imagens que senti pena de não fotografar. Mas de qualquer forma, é impossível registrar com fotos aquela experiência. Tem que estar lá, sentir na pele.
É disso que falo Gustavo! É essa experiência que quero ter! Você descreveu muito bem, que pude imaginar cada detalhe. 😀
Oi Andressa! Fico feliz que tenha gostado do texto! Por favor, volte sempre!
Um abraço!
Obrigado vc pelo comentário. Fico realmente feliz em saber que posso de certa forma compartilhar o que vivo quando viajo….
Beijos,
Enquanto eu lia, fui imaginando TUDO!! Lugar maravilhoso, cheio de mistérios e muita riqueza cultural!!
É o tipo de lugar que realmente deve deixar sua marca na alma…
Parabéns pela viagem e mais uma vez, obrigada por compartilhar essa aventura maravilhosa!!
Bjoss e até+ =D