Eu sou fresco. Ponto. Antes que você pense ao contrário ou que eu tente te convencer diferente. Por mais que eu fique meses e mais meses viajando, eu acho muito difícil me abrir por completo para as experiências gastronômicas.
O que é uma pena, grande pena. Deixo de experimentar vários pratos e quitutes para poder me sentir confortável e comer o mais próximo possível daquilo que meus pais sabem cozinhar muito bem: arroz, feijão, vegetais e uma carne.
Mas quando você viaja para digamos, destinos “exóticos”, mesmo que você encontre um arrozinho para complemento (unidos somos mais), a textura, o sabor, os temperos, o cheiro do prato principal pode ser bem diferente daquilo que você está acostumado em casa. E nessas horas nada melhor do que… abrir a cabeça (e a boca).
Mas como? Confesso que eu não sei. Aqui na Ásia eu enfrento dois problemas que não ajudam muito nas minhas descobertas:
1. Eu não gosto de comida apimentada.
Não é nem questão de gostar. É questão de entender como alguém pode apreciar uma coisa que passa queimando pela língua, garganta, estômago, intestino até… bem vocês sabem. A gente sua, fica vermelho, o coração bate mais forte… Isso na minha (pequena) cabeça se chama masoquismo culinário. E o pior de tudo é que aqui na Ásia eu que sou a excessão. Eu que sou o doido por não querer sofrer e por ser aficionado em aprender: “sem pimenta” em todas as línguas dos países em que passo. E por mais que eu tenha tolerância a um pouquinho de pimenta (tipo ketchup), uma coisa eu aprendi no México: Não existe “um pouco” apimentado nesses países. O pouco pode quase te matar! O pior é que mesmo assim quando você pede sem pimenta nenhuma, algumas vezes a danada vem caprichada. No final eu fico com aquela imagem de turista-gringo que não come comida de macho.
2. Viajo com pouco dinheiro.
As vezes eu tento até poder experimentar as coisas diferentes mas quando você tem o dinheiro contado para suas refeições, o risco de você não gostar do prato e não poder pedir outro é muito grande e eu acabo pedindo só arroz na maioria das vezes. (MC Donalds salvou na China, mas shhhii é segredo). No final do ano passado quando passei um tempo maior na Tailândia por exemplo, depois de quase dois meses comendo só arroz ou macarrão ou finalmente decidi experimentar um prato diferente. Não era nem pra ser tão diferente: frutos do mar mesclados. Os bichinhos que vieram não eram muito apetitosos e eu nem sei na verdade o que tinha naquele prato: lula, enguia, calamari. E por não serem fritos (como o calamari que a Hebe Camargo me convenceu a comer em Miami) e inteiros a consistência dava a impressão de que eu estava mastigando os bichos vivos. E era duro de engolir! Mas consegui comer minha refeição (quase) toda. E tudo ia bem quando algumas horas depois minha bochecha começou a inchar. Fiquei parecendo o Kiko por uns dias como que para me lembrar a não ser corajoso na hora de abrir a boca.
Nos últimos meses passando por Hong Kong, interior da China, Vietnam, Laos o grau de exoticidade da comida têm aumentado bastante. E como nesses países pouca gente fala e escreve em inglês você nunca sabe ao certo de que é aquele churrasquinho que você vê na esquina. As opções são variadas: ovo de pato fecundado, cachorro assado (comem mais no inverno), espetinho de escorpião e outros insetos. E o “bom” é que por essas bandas eles aproveitam de tudo: intestino, cérebro, patas, biquinhos, etc… (esse “etc” pode ser mais assustador do que você imagina). E ao contrário da Tailândia em que por exemplo, escorpiões são vendidos apenas para turistas, a população realmente come essas cosias. Nas 32 horas de ônibus entre Vietnã e o Laos por exemplo, já no segundo dia de viagem, a gente faz uma parada e com muita fome fomos ver as opções. Lembrando que isso era um vilarejo numa região montanhosa do Laos, no meio do “nada”. Confiram:
Em uma grelha um churrasco de carnes variadas:
E um pouco mais atrás, espetinho de: Rato!
Ontem na ceia de Páscoa aqui no norte da Tailândia, (para poder passar a imagem de que sou esse viajante corajoso que vocês devem pensar que sou) comi de boca cheia: mariposas, grilos, minhocas, lavas, besouros e baratinhas. Confira o vídeo do camarada William e eu saboreando essas iguarias: (Aumente o som para ouvir a “crocrância” da barata preta)
Hahahahha… a barata é maldade! Poderia até encarar os outros, mas a barata não róla.. Parabéns Gustavo! Um dos melhores blogs desse segmento que já acompanhei.
Olá Adriano! Hehe Pois é né! Mas a baratinha era fritinha, nem era tão nojento assim! rs Fico feliz com seu comentário! Volte sempre! Abraços!
Eh Gust, desta vez está muito difícil de comentar este seu artigo, tá meio, como dizer, indigesto, kkkkkkk
Hahah Eu sabia que vc não ia gostar 😛 Beijos!
Opa Gusti!
Vou dizer que sempre penso em provar todos esses bichos quando chegar no Sudeste Asiático, mas essa baratinha é neurótica!! =] !! Tem gosto de que?
Curte as suas aventuras gastronômicas e se bobiar a gente passa uma ceia juntos no futuro!!
Abração!!
Tem gosto de barata oras, nunca provou Guilherme? haha Com certeza, só espero que não seja de insetos, hehe
Abração!
Nossa, compartilho da sua opnião, nos meus 24 dias na Tailandia, Vietnam e Camboja não consegui comer quase nada de comida local. No final fiquei quase 4 dias comendo pão em todas as refeições. Isso que é bom de viajar, a gente acaba valorizando mais as coisas simples de casa. Bendito seja o arroz com feijão!
Seu blog está mto bacana! parabéns!
bjs
É Inaja, o feijão é um grande exemplo para mim. Sempre achei sem graça até começar a viajar, assim como o arroz, pão com manteiga, mandioca… A saudade da comida as vezes aperta mas até para manter a economia nas viagens eu tento comer a comida local diariamente. A gente acaba “acostumando”…
Que bom saber que está curtindo o blog! Fico feliz 🙂
Beijos,
Que estômagooo afff kkk …. não dou conta não…
Tô adorando as postagens…bju
Tamires, é só questão de costume! hehe Volte sempre!
Abraços!
Soou amigo do William, achei suas aventuras fantasticas e confesso uma ponta de inveja. Mas espero em breve dar um rolé com vc. abas
Olá Disnô, seja bem vindo ao blog! A intenção não é gerar inveja, mas se ela for o caminho para poder te fazer viajar também, ela acaba sendo válida, haha Espero que volte aqui sempre.
Um abraço!
Gu, affe. Gosto de comida diferente mas nem é pra tanto. Não sei se comeria todos os insetos disponíveis, talvez o grilo, rs. A textura dos alimentos conta demais, gosto de algo que fique homogêneo na minha boca kkkkkkk. Além dos temperos que não tirem o sabor do alimento, se tem pimenta, tem que ser de leve. E aí o gostoso de comer algo novo é sentir o gosto da mistura de sabores… Onde vc tá é td bem excêntrico, acho que ia passar aperto e fome, kkkkkkkk. A comida mais maravilhosa de boa que comi foi carne de pato ao molho de damasco e pure de baroa. Uhmmmmmm… e uma coisa que odeio, fígado de boi! Aí é tranquilo, né?
Uai Zigui, mas no final das contas se você mastigar bem tudo fica homogêneo na boca. Até aquela cigarrona que eu comi, depois de mastigar beeem mastigado, ficou bem homogêneo… Mas aqui na Tailândia a comida local até que é bem saborosa, quando não apimentada. Se vc pede arroz frito ou pad thai, (mai sai prek = sem pimenta) não tem erro (só de vez em quando, hehe).
Ah, fígado de boi também não gosto! :/
Beijos!
É, pensando bem a gente acostuma o paladar mesmo. Mas não deixa de ter coisas mais gostosas, rs. Beijos!
Insetos e larvas eu não ligaria de comer não mas barata, pelo amor de Deus, já me traumatizaram me acordando de madrugada fazendo barulho pisando em plástico de tão gordas que eram… mas pra falar a verdade acho que comeria sim, só por vingança! Outra coisa, esse rato ai, se fosse um filé dele até que ia mas poxa, a cepa do bixo inteiro, com aquelas perninhas e garrinhas… é demais! Se comida picante é masoquismo culinário, essa trenharada ai é terrorismo culinário! Divertido demais ver o William e você comendo essas maluquices ai!
Abraços!
Hhaha credo! Terrorismo culinário é boa!
Na casa onde cresci era assim também! A gente voltava de férias e dava para contar umas 40 mortas pela casa! Também tenho esse trauma… Mas a baratinha que eu comi era limpinha e não parecia com a nossa barata de esgoto, então foi comível!
Um abraço!
Ovo de pato fecundado é bom! Já comi 5 de uma vez. Agora posso participar do No Limite na prova da comida bizarra e me comportar como se estivesse saboreando uma carne bacana. Lesma eu achei sem graça, não acho que vale a pena. Carne de jacaré e cobra é bacana também. Encaro todas essas mas pra comer tomate inteiro puro que nem você come eu fujo hahaha.
Você é gente brava Felipe! Ainda tenho arrepios quando lembro que você falou que dava para sentir o biquinho e as penas do patinho. arhg! E onde você comeu lesma?? E cobra e jacaré? Ainda vou te convencer a comer um “tomatinho”, uma das frutas mais gostosas que existem!
Um abração!